A última Flor Amarela
Dramatização adaptada da obra, A última flor amarela, do escritor e desenhista Caulos.
Esta história é para quem ama as flores e os livros!
Era uma vez um homem muito sério e muito zangado, ou muito zangado e por isso muito sério, ou tudo ao mesmo tempo!
Um dia, quando voltava pra casa depois do trabalho, seu carro enguiçou no meio do caminho.
Muito chateado, muito sério e muito zangado, ele deixou o carro e foi pra casa a pé.
Foi então que resolveu cortar caminho, atravessando o parque. Acredite, ele nunca tinha entrado num parque.
Era um lindo parque que tinha um lago bem no meio. Um lago muito fresquinho, bonito como um espelho, rodeado pelas palmeiras mais coloridas que já se viu.
O homem zangado não gostou muito de ter escolhido aquele caminho sem calçada, cheio de pedras e areia.
-Vou sujar os meus sapatos.
Pensou aborrecido.
E lá foi ele, mais sério ainda!
De repente, bem no meio do caminho, havia um canteiro cheio de flores.
-Saiam da frente!
Berrou o homem que estava acostumado a andar e ser obedecido.
As flores balançavam para um lado e para o outro. Talvez tenha sido o vento, mas o homem achou que era uma resposta malcriada.
-Já lhes mostro o que faço com quem não me obedece!
E arrancou a flor azul que estava bem na sua frente, uma das mais bonitas do canteiro.
Então aconteceu uma coisa muito estranha:
Quando ele arrancou a flor, ela desapareceu da sua mão, e junto com ela o cisne branco que nadava no lago.
O homem nem ligou e arrancou a flor vermelha.
Ela também desapareceu, junto com o sapo que estava na beira do lago, assistindo a tudo muito assustado.
Sem prestar atenção no que estava acontecendo, ele arrancou furioso a flor violeta e a cor-de-rosa.
Aí, o lago inteiro desapareceu!
Cada vez mais zangado ele continuou arrancando as flores: duas, três, um monte ao mesmo tempo.
Em sua volta, junto com as flores, desapareceram todos os passarinhos, todas as borboletas, a abelhinha, a joaninha, todas as plantas até que não sobrou mais nada no parque, senão areia e pedras, o homem e uma flor amarela, a última do canteiro.
Talvez a sua zanga tivesse passado, mas não podia permitir que ficasse ali, bem no meio do seu caminho, aquela flor amarela.
Ele estava cansado.
Sentou-se numa pedra que estava perto e acendeu um cigarro malcheiroso.
-Você, vou arrancar bem devagarinho!
Disse pra flor amarela. E espetou a ponta acesa do cigarro numa pétala da flor. Mas, bem naquela pétala havia uma gota do orvalho da noite que começava a cair.
A brasa do cigarro fez PSSSS... e apagou.
O homem ficou furioso.
-Chegou sua vez, florzinha malcriada!
E foi pra cima da pobre flor amarela.
SURPRESA!
A flor correu para o lado e fugiu daquela garra enfurecida.
Ele tentou de novo. A flor correu para o outro lado e novamente escapou.
-O que está acontecendo aqui?! Vou já acabar com essa dança!
Pegou a pedra e jogou em cima da flor.
A pedra fez TUM! E tudo ficou em silêncio.
Um silêncio enorme onde antes era o parque e cantavam os passarinhos.
Mas, de repente, a pedra fez CREC! E começou a rachar.
E na frente do homem, bem no meio da pedra, a flor reapareceu, toda amarela.
O homem, muito sério, deu três passos para trás e disparou feito uma bala, na direção da flor.
Deu um tremendo pontapé na pobre coitada: CATABUM! Voaram pedaços para todos os lados.
Pedaços do sapato dele, que tinha acertado a pedra.
_Você está abusando da minha paciência, florzinha amarela!
Gritou o homem, vermelho de raiva.
E pulou com os dois pés em cima da flor. Silêncio de novo.
Se alguém passasse por ali, por certo acharia muito estranho aquele homem, vermelho de raiva, trepado em cima daquela pedra, no meio do deserto.
Mas ninguém passou e ele começou a sentir uma coceira no pé. A coceira foi subindo pela perna, passou pela barriga e terminou no pescoço, quando a flor apareceu toda bonita, saindo pelo colarinho dele.
Ah, pra quê! O homem ficou uma fera.
Foi soltando a gravata, desabotoando a camisa, enquanto tentava segurar a flor que feito uma cobra, enrolava e desenrolava, em volta do corpo dele. A briga durou um bocado de tempo. Quando finalmente terminou, de um lado estava o homem todo rasgado, despenteado e arranhado e do outro lado, muito murcha, estava caída a flor, muito quieta.
Ele chegou perto dela e muito desconfiado, devagarinho, levantou uma pétala. Parecia a asa quebrada de um passarinho. A flor não se mexeu.
-Bem, agora posso seguir o caminho de casa.
E olhou em volta procurando o caminho.
- Eu vinha dali.
- Não, dali.
- Ou terá sido dali?
Ele não podia saber. Não havia mais caminho.
-Não posso perder a calma!
Pensou, muito nervoso, olhando para todos os lados.
-Eu moro do outro lado do parque, depois dos pinheiros.
Mas não havia mais pinheiros, não havia mais parque.
O Sol nasceu e subiu no céu.
Alaranjado e quente como a chama de um fósforo gigante.
O homem ficou andando de um lado para o outro, morto de calor e sede, perdido naquele deserto sem poder voltar para casa.
Foi então que deitou-se no chão e encostou sua cabeça na pedra, como se fosse um travesseiro e acabou pegando no sono.
Enquanto dormia sua consciência, um anjo, o explicava o que estava acontecendo.
-“Você viu o que fez com a natureza? Devemos preserva-la!
_Cada flor que você arrancou fez que tudo ao seu redor desaparecesse.
-É assim que acontece na realidade! É certo que as flores servem para enfeitar as casas, dar de presente, mas arranca-las por maldade, à toa, só faz a natureza se entristecer conosco!”
O homem acordou assustado e sentou-se imediatamente e enquanto pensava em seu sonho, seu coração também falava mais alto.
Foi então que seu arrependimento fez como que se num passe de mágica todas as flores voltassem a viver.
A flor azul, a vermelha, a violeta, a cor-de-rosa, a amarela, o cisne voltou para o lago juntamente com o sapo, os passarinhos, as borboletas, abelha e joaninha, as palmeiras e todas as plantas do parque voltaram a ser como eram antes.
O homem percebeu que não valia a pena viver zangado com tudo e com todos e que há coisas belas que existem para que possamos ver a vida com olhos de AMOR, BONDADE E PACIÊNCIA!
QUER MELHOR PRESENTE DO QUE TUDO QUE A NATUREZA PODE NOS DAR? PRINCIPALMENTE NESTA ÉPOCA DA CHEGADA DA PRIMAVERA ONDE AS FLORES MULTICORES DESABROCHAM E EXALAM SEU PERFUME ENCANTANDO TODO O AMBIENTE.
QUE TAL? COLABORE VOCÊ TAMBÉM E CUIDE DELA!
VIVA A PRIMAVERA!!!
